segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

IRMÃOS FORAM MORTOS POR DESCASO DO CONSELHO TUTELAR



Por nove meses, os irmãos João Vitor, de 12 anos, e Igor, 11, moraram em um abrigo mantido pelo Estado em Ribeirão Pires (SP) porque eles se queixavam de maus-tratos da madrasta e do pai.

Eles saíram do Abrigo Novo Rumo porque uma psicóloga avaliou os irmãos “manipulavam a realidade” para lá continuar. A conselheira tutelar Edna Aparecida Amante, que acompanhava os meninos desde 2005, não fez nenhum reparo à avaliação.

Com base nesse relatório, e por solicitação de Edna, a juíza Isabel Cardoso da Cunha Lopes Enei, da Vara da Infância, mandou os dois garotos para casa. Eles fugiram e foram capturados na praça da cidade por guardas municipais.

Os guardas entregaram o caso ao Conselho Tutelar da cidade, a quem caberia decidir, e a decisão de Edna foi pela recondução dos meninos para a casa de João Alexandre Rodrigues, 40, o pai, e de Eliane Aparecida Antunes, 36, a madrasta. Um guarda municipal disse que os meninos fizeram um apelo para que ela os aceitasse de novo no Abrigo Novo Rumo.

Dois dias depois um gari encontrou a perna de um dos garotos em um saco de lixo.

Se confirmada a confissão, e nada indica que não venha a sê-lo, a conclusão é de que Eliane e Rodrigues (foto) são cruéis, frios, insanos, monstros. O pai e a madrasta teriam matado covardemente os meninos porque os dois eram empecilhos na vida amorosa deles.

Mas o que concluir da psicóloga Verônika, profissional que faz faculdade, que estudou a natureza humana e que, portanto, deveria saber o quanto pode ser cruel as pessoas? Inclusive por omissão.

Por que uma pessoa supostamente preparada para analisar o comportamento de pessoas pôde errar tanto, a ponto, veja só, de colocar os dois garotos no papel de perversos, de “manipulares”? Como é foi possível?

Ela visitava com freqüência o pai e a madrasta para observá-los? Procurou saber de vizinhos e parentes sobre a índole do casal?

E sobretudo por que não levou os meninos a sério?

E o que dizer da conselheira Edna?

O delegado Luiz Carlos dos Santos não tem dúvida: “Nenhuma criança quer ficar trancafiada dentro de um abrigo. Se os irmãos não queriam ficar em casa e pediram para voltar é porque algo de errado estava acontecendo.”

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